O que é um fresco?
É uma
pintura executada sobre uma parede ainda fresca e os pigmentos são aplicados com
água. Esta técnica confunde-se muitas vezes com a têmpera, que é bastante
diferente. Na têmpera, as tintas contêm aglutinantes e a sua aplicação é feita
sobre um suporte seco, enquanto que no fresco é realizada sobre argamassa
fresca. Isto porque esta pintura caracteriza-se por fixar os pigmentos através de
uma reação química, e assim aderem ao suporte, que neste caso é a parede.
Fresco etrusco (séc.VI a.C.) |
Se
você aplicar uma terra misturada com água sobre uma parede seca, o pigmento não
adere. Precisa de uma cola ou qualquer coisa que a substitua. Falta a parede húmida e a argamassa à base de cal. Isto para que ao
aplicar a cor misturada com água se dê uma troca química e fique sobre a
superfície da pintura uma película insolúvel. O hidróxido de cálcio ca(Ho)2, em contacto com o dióxido de
carbono co2 do ar, vai transformar-se
em carbonato de cálcio ca co3,
substância insolúvel e muito resistente.
E é isto que a torna quase eterna ao longo
dos anos. Se estiver longe de poluição, a sua durabilidade é enorme. Esta
técnica pode ser usada ao ar livre, pois os materiais são resistentes à chuva, mas não terá tanta durabilidade porque está sujeita a outros factores como fumos,
etc.
De
certo modo, não se torna simples realizar este trabalho. Mas é interessante saber
que os frescos são as pinturas mais antigas que se conhecem e essas civilizações tão
antigas já tinham conhecimentos de química a este nível, com certeza fruto da
experiência simplesmente empírica. É através destas pinturas, que existem, por ex., em Pompeia talvez desde o séc. 1, que podemos saber alguma coisa sobre a vida
quotidiana destas civilizações. É por este meio que a história de Arte nos
ajuda a compreender melhor o Mundo em que vivemos.
Os
clássicos, como Miguel Ângelo, Rafael, etc. usaram os frescos e a têmpera, mas, mesmo depois da descoberta do óleo, o fresco continuou a usar-se. Mesmo hoje,
podemos ver dois frescos com técnica antiga, datados dos anos 60, à entrada da
Biblioteca Nacional em Lisboa, da Autoria do Pintor Lino António.
A durabilidade do Mural depende da preparação
da parede.
Sem comentários:
Enviar um comentário